Estado anuncia continuidade das obras no MAM
Mesmo em obras, a programação continua com Oficinas do MAM (desenho, pintura, cerâmica, litografia, modelagem e serigrafia), as três exposições 'Natureza que Aflora' (até 18.06), 'Eles por Ela' (até 9.07) e 'Elas' (até 23.07), além da JAM no MAM todos os sábados e o MAM Medita aos domingos
As obras de reforma do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), a principal intervenção já realizada no local nos últimos 50 anos, terão continuidade. O vice-governador e secretário de Planejamento do Estado, João Leão, promoveu vistoria no museu – considerado um dos pontos turísticos mais importantes da capital baiana – no último dia 3 (junho/2017), acompanhado do diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), João Carlos de Oliveira, a diretora do MAM, Ana Liberato, arquitetos, engenheiros e assessores estaduais. A obra havia parado por falta de recursos. A comitiva percorreu as dependências do museu, instalado no Solar do Unhão, complexo-arquitetônico originário do século XVII localizado às margens da Baía de Todos os Santos.
As obras foram divididas em duas etapas totalizando investimento de R$ 15,7 milhões. Na primeira etapa foram investidos cerca de R$ 8 milhões, incluindo a restauração da capela, casarão, galeria 1 com cinema, biblioteca e reserva técnica com ações físico-estruturais. A segunda etapa tem previsão de mais R$ 7,7 milhões em investimento, incluindo requalificações das oficinas do MAM, galeria 3, sistema de ar-condicionado, subestação, além dos famosos arcos criados pelo arquiteto Diógenes Rebouças na Avenida Contorno da década de 1960 e o restante do Parque das Esculturas. Os recursos são do Tesouro estadual.
PROGRAMAÇÃO – A data de término das obras dependerá dos recursos a serem liberados. Mesmo em obras, a programação do MAM continua com as conhecidas Oficinas do MAM que promovem gratuitamente cursos de desenho artístico, pintura, cerâmica, litografia, modelagem e serigrafia abertos. “Ainda temos três exposições abertas ao público: 'Natureza que Aflora' (até 18.06), 'Eles por Ela' (até 9.07) e 'Elas' (até 23.07), além do projeto JAM no MAM, às 18h, todos os sábados e o MAM Medita, às 16h, aos domingos”, diz a diretora Ana Liberato.
Na visita, o vice-governador João Leão reiterou aos diretores do IPAC e do MAM que “este é compromisso do governo estadual e será dada continuidade à preservação desse centro cultural que é referência das Artes e da Cultura, não somente para a Bahia, mas também para o Brasil”, afirmou. Segundo ele, por se tratar de área urbana com mais de 300 anos e a proximidade do mar, a intervenção passa por cuidados superiores a de outras obras. “Além de ser Monumento Nacional tombado pelo IPHAN/MinC desde 1943, tratam-se de edificações antigas que requerem prospecções e readequações, já que existe forte interferência do salitre e água do mar”, relata o vice-governador.
LINA BARDI – Esta é a primeira grande reforma do museu desde a execução do projeto da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992) na década de 1960. “O MAM detém 10.047 m² de área total, transformando-se em um espaço desafiador para administrar, com limites marítimos, vizinhanças de avenidas e comunidades”, diz o diretor do IPAC. Segundo ele, ao resgatar o projeto original de Lina, as obras trazem novidades que nunca existiram no local, como a subestação de energia e a reserva técnica de padrão internacional. “Com quase duas mil obras de arte contemporâneas e modernistas o MAM precisava de um espaço mais profissional para guardá-las e, finalmente, vamos ter dessa vez”, explica João Carlos. A segunda etapa de obras envolverá ainda as Oficinas de Artes do MAM espaço aberto e gratuito para diálogo com a sociedade como Lina Bardi idealizou.
Subestação de energia, mais sanitários e vestiários são outros itens que passam a existir com a reforma. "O projeto implanta ainda salas de diretoria e administração com climatização em todos os ambientes fechados do complexo, assim como, o cine-auditório", lembra o diretor do IPAC. Além de preservar o patrimônio, a obra do MAM apresenta soluções de sustentabilidade nos campos da hidráulica, flora e meio-ambiente. “Parte da água que aflora na encosta, por exemplo, será utilizada para uso sanitário e irrigar áreas verdes, economizando em até 70% o fornecimento da Embasa”, completa João Carlos.
O MAM é um dos museus mais frequentados do IPAC. Nos sábados, a visitação chega a mais de duas mil pessoas. Em Salvador, o IPAC administra ainda o Palacete (Graça), Museu de Arte (Corredor da Vitória), Passeio e Palácio da Aclamação (Campo Grande). No Pelourinho, o Centro Cultural Ferrão, museus Tempostal e Udo Knoff, além da Praça das Artes. No interior, Convento dos Humildes (Santo Amaro), Parque Castro Alves (Cabaceiras) e Museu Wanderley (Candeias). Confira os Museus no site www.ipac.ba.gov.br/museus